sábado, 25 de abril de 2009

Os últimos dias


Apesar de algumas coisas terem acontecido nos últimos dias (fui ao show dos Backstreet Boys, decidi ser au pair, tô mais animada com a faculdade, me apaixonei pela centésima vez), não estou afim de escrever a respeito. Alguma coisa aconteceu e podou minha vontade de escrever, minha inspiração. Eu achei que passaria quando me apaixonasse, mas já me apaixonei e continuo sem vontade de falar a respeito. Parece que se eu falar, essa paixão vai fugir de mim, vai assumir um rótulo, um enredo, um começo, um meio e um fim. Apesar de saber como sempre acaba, dessa vez eu queria que fosse diferente, então vou guardar só pra mim. Essa noite sonhei que ele se misturava a um outro garoto de quem gostei e eu procurava por ele nos elevadores de um enorme prédio, mas não conseguia achar. Depois sonhei que estava pedindo à Jackie para ver em seu livro de astrologia quais eram as principais características de sagitarianos. No sonho, ele tinha nascido em 1º de dezembro.

Acho que o Pasta tinha razão quando disse que a linguagem prende e nivela os sentimentos, porque sentimentos são para ser sentidos, não ditos. Quando a gente tenta transformar os sentimentos em palavras, ele se dissolve em falsas ideias e a gente perde o principal: aquilo que sentiu.

Quero fazer meu intercâmbio logo. Quero sair daqui, ver a neve e as folhas de outono. A ideia de ficar um ano todo sem ver minha mãe e meus cães me assusta um pouco, mas mais cedo ou mais tarde eu teria que crescer... e isso já está acontecendo mais tarde.

Odeio quando sonho com a pessoa que gosto (embora vá dormir torcendo pra isso, já que é o mais próximo que posso ter) porque depois acordo com a sensação de ter perdido algo pra sempre e ter sido feita de boba por mim mesma. Ele certamente não pensa em mim (se é que sabe quem eu sou), mas eu gostaria de conversar com ele. Enquanto imaginava as coisas que poderíamos fazer juntos, pensei que ele poderia me ensinar a tocar violão e imaginando a cena, decidi que está na hora de parar de roer as unhas (vamos ver até quando eu vou aguentar). Queria ter tempo pra ser outra pessoa e quando encontrá-lo novamente (se é que isso vai acontecer) ser uma pessoa dígna de sua atenção. Nenhum cara fantástico como ele se interessaria por uma garota feia, gorda, de cabelo feio, espinhas, pés horrorosos, mau gosto pra roupas e que ainda rói as unhas. Não adianta partir pro lado da minha suposta intelectualidade: ele é um milhão de vezes mais inteligente que eu.

Tive uma ideia!!! Quando eu escrevi sobre o sonho que tive com o garoto do ônibus e tal, ele tinha um olhar de alguém que parecia ter uma alma muito mais velha que a minha e é exatamente isso que eu sinto quando me lembro da única vez em que vi o garoto perfeito que, de alguma forma, reencontrei. Se eu acreditasse em deus, diria que isso poderia ter sido um sinal. Como eu não acredito, digo que é uma cínica associação entre imagens oníricas que eu mesma crio, mesmo que subconscientemente. Se tem uma coisa que tem deixado meu olhar distante e me feito sorrir contra a vontade nos últimos dias é a lembrança do jeito que ele me olhou quando percebeu que eu não conhecia Goethe. Era um olhar de alguém que estava dizendo "eu sei que você está mentindo, mas isso não importa". Acho que eu não acredito em deus porque toda vez que me apaixono por alguém santifico essa pessoa, como se ela passasse a ser meu deus particular. Eu sempre acho que ela sabe de muitas coisas que não sei, que apareceu na minha vida por algum motivo, que vê algo em mim que eu mesma não vejo, mas, na verdade, ela é sempre uma pessoa comum, normal, muitas vezes legal demais (e por isso fala comigo) e tudo que eu crio em torno dela são práticas unilateralmente sonhadoras.

Anyway...pra quem não queria falar a respeito, já falei demais.