sábado, 6 de outubro de 2007

I'm sorry, but I had to say that

Depois de um tempão sem escrever, tive alguns minutos para me sentar aqui na frente e escrever o que tenho pensado nos últimos dias. Ocorreu-me que deveria fazer uma promessa. Segue abaixo:

Já que as coisas chegaram até aqui, acho que tenho uma decisão a fazer.
Vou ignorar todos os meus sentimentos, anseios, vontades e esperanças, e vou fingir que não penso mais em você.
Vou tentar te olhar com indiferença e fingir não ver o que vejo no seu olhar. Vou tentar mostrar – me imparcial e alegre, ainda que quando você for embora, eu desabe e comece a chorar.
Eu juro que nunca mais vou falar desse amor nem do quanto poderíamos ter sido felizes. E juro que vou fazer o possível para ir ao seu casamento e parabenizá-lo pela sua felicidade e pela minha desgraça, afinal, você venceu no fim. Vou me livrar de todas as cartas, fotografias, bilhetes e filmagens de final de ano, principalmente daquela em que você bebeu demais e gritou em frente à câmera que me amava. Vou parar de ficar pensando que um dia tudo isso vai passar e tudo voltará a ser como era antes. Acho que agora eu vou conseguir ouvir uma música só por ouvir, e parar de te enxergar em todos os romances que eu ler ou filmes que assistir. Vou também conseguir ir embora para o interior, refazer a minha vida e rezar para que você não a desfaça, aparecendo um dia por lá. Vou pedir a Deus para nunca mais te ver nem ter notícias suas e pedir que ele faça com que eu nunca mais me lembre da sua amizade nem do seu carinho, nem mesmo das nossas confidências, dos sonhos que tínhamos e planejávamos, de tudo aquilo que queríamos para nossa vida. Vou dizer a mim mesma que nossas promessas eram bobas, que éramos muito jovens e que o que sentíamos não era o amor em sua essência pura e inexperiente, entregando-se por inteiro por não conhecer ainda a dor, mas sim uma confusão sentimental típica da juventude. Não vou mais sentir saudades dos nossos passeios de bicicleta, nem de você me acordando às 08:00 da manhã porque cabulava aula para me ver quando tínhamos 11 anos de idade. Vou deixar de acreditar que o tempo poderia dar um jeito nisso tudo, vou parar de ficar imaginando o rosto dos nossos filhos e a cor do piso da cozinha da nossa casa. Vou comprar todos os livros que tiver vontade e viver do romance dos outros.
Antes de poder ver sua casa, seus filhos, seus cabelos brancos, sua chácara no interior, sua barriga de cerveja, suas sandálias de couro, seus netos e sua inamovível aliança de ouro, juro por Deus, que vou pedir para morrer.

PS: Is it clear enough for you now?